quarta-feira, 6 de abril de 2011

A ótica dos sinais e seus "pais"

A Semiótica "a ótica dos sinais", é a ciência geral dos signos e estuda os sistemas de significação, esta ciência tem por objeto qualquer sistema sígnico - Artes visuais, Música, Fotografia, Cinema, Culinária, Vestuário, Gestos, Religião, Ciência, etc. Surgiu, de forma independente nas diferentes partes do mundo. Costuma-se chamar "Semiótica" à ciência geral dos signos nascidas do americano Charles Sanders Peirce e "Semiologia" à vertente européia do mesmo estudo.
Na vertente européia o signo era composto de dois planos complementares - a "forma" (significante) e o "conteúdo" ("significado").
Posteriormente, teóricos europeus como Roland Barthes e Umberto Eco preferiram adotar o termo "Semiótica", em vez de "Semiologia", para a sua teoria geral dos signos, tendo, de fato, Eco se aproximado mais das concepções peircianas.
A semiótica tem a sua origem na mesma época que a filosofia e disciplinas afeitas. Da antiguidade até os nossos dias de hoje ela tem se desenvolvendo continuamente. Porém, há cerca de dois ou três séculos, é que se começaram a manifestar aqueles que seriam apelidados pais da semiótica. Entretanto, somente no início do século XX com os trabalhos paralelos de Ferdinand de Saussure e C. S. Peirce, o estudo geral dos signos começa a adquirir autonomia e o status de ciência.

Charles Sanders Peirce

Charles Sanders Peirce (1839-1914) foi pioneiro dessa ciência, usando já o termo semiótica, ele teria usado-o para designar uma futura ciência que estudaria, justamente, os signos em geral. A teoria de Peirce se tem em três pilares, que ele descreve como categorias universais de toda a experiência e pensamento. Essas categorias foram denominadas:

- Qualidade;
- Relação;
- Representação.

Algum tempo depois  para fins científicos, Peirce preferiu fixar-se na terminologia de Primeiridade, Secundidade e Terceiridade.

- A Primeiridade é a categoria que dá à experiência sua qualidade distintiva, seu frescor, originalidade irrepetível e liberdade. 

- A Segundidade é aquilo que da a experiência seu caráter factual, de luta e confronto. 

- A Terceiridade corresponde à camada de inteligibilidade, ou pensamento em signos, através da qual representamos e interpretamos o mundo. 

Ferdinand de Saussure

Outro Pai da Semiótica é Ferdinand de Saussure (1857-1913), segundo este, a existência de signos conduz à necessidade de conceber uma ciência que estude a vida dos sinais na vida social, envolvendo parte da psicologia social e então a  psicologia geral. Estuda aquilo em que consistem os signos, que leis os regem.

A concepção de Saussurre relativamente ao signo, ao contrário da de Peirce, distingue o mundo da representação do mundo real. Para ele, os signos são compostos por significante - a parte física do signo - e pelo significado, a parte mental, o conceito. Para Saussure (com excepção da onomatopeia), não existem signos motivados, ou seja, com relação de causa-efeito.

Divide os signos em dois tipos: os que são relativamente motivados (a onomatopeia, que em Peirce corresponde aos ícones), e os arbitrários, em que não há motivação. Para Saussure, existem assim dois tipos de relações no signo:

1 - as "relações sintagmáticas", as da linguagem, da fala, a relação fluida que, no discurso ou na palavra, cada signo mantém em associação com o signo que está antes e com o signo que está depois, no "eixo horizontal", relações de contextualização e de presença (ex: abrir uma janela, em casa ou no computador)
2 - as "relações paradigmáticas", as "relações associativas", no "eixo vertical" em ausência, reportando-se à língua (ex: associarmos a palavra mãe a um determinado conceito de origem, carinho, ternura, amor, etc…), que é um registo semântico, estável, na memória coletiva de um ser ou instrumento.

Concluindo, A semiótica é um saber muito antigo, que estuda os modos como o homem significa o que o rodeia.  

Grupo Eduardo Mesquita (Moderador), Gustavo Gerhard e Diego Dettenborn

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