quarta-feira, 6 de abril de 2011

SAGRADO x PROFANO

Em uma primeira análise podemos notar que, enquanto o sagrado se define como associado à religião, ao divino, ao respeito e veneração, o profano define-se em relação ao sagrado, como oposto ao sagrado. Mas o que são o sagrado e o profano?
O sagrado relaciona-se com o divino: um objeto sagrado não é um objeto divino mas um objeto que permite a ligação com o divino. Estando associado à divindade, reflete os sentimentos que a própria divindade evoca: terror e fascínio. A divindade a que o sagrado permite uma ligação é um poder que não se pode definir, que está em todo o lado mas que não se pode localizar em lado nenhum. Esta força sobre-natural e incontrolável, quanto muito aplacada e propiciada através de sacrifícios, é, ao fim e ao cabo, o desconhecido, pois apenas se sabe que é poderosa para além da imaginação. É esse desconhecido que atrai e repulsa, que fascina e aterroriza: porque o seu poder é tão desejado como temido, os seus favores tão ambicionados como a sua fúria é indesejada.
O profano é um assunto um pouco mais complicado. Se seguirmos a lógica, então tudo o que não está ligado à religião é profano. Mas, em certas comunidades, o sagrado está presente em todo o lado: tudo o que faz parte da existência é sagrado. Nestes casos, onde o sagrado domina, onde poderemos encontrar o profano? A resposta é simples, não o encontramos.
Embora a sociedade ocidental encare a realidade como uma dicotomia (real vs. irreal; homem vs. mulher; civilizado vs. primitivo; Bem vs. Mal; Deus vs. Diabo; sagrado vs. profano; positivo vs. negativo; etc.), na realidade não é  assim que se define dicotomias. E reparem na lista de dicotomias que eu apresentei na frase anterior. Já repararam que (se forem ocidentais) vão ter a tendência para ver um dos lados como positivo e o outro negativo? Uma das razões por que a submissão da mulher se mantém enraízada é precisamente esta tendência de demonizar um dos pares em que organizamos o mundo. Se, no par Homem-Mulher, o Homem é algo positivo, então a mulher terá de ser algo negativo (e vice-versa para as teorias feministas). É por esta razão que o pensamento oriental é por vezes difícil de seguir: o Yine o Yiang, sendo pares, não são vistos como positivo e negativo, como uma parte a manter e outra a desaparecer, mas como complementos essenciais ao equilíbrio. O próprio positivo é negativo se não estiver equilibrado!
O sagrado não existe sozinho: o homem desenvolveu rituais, cerimônias e tradições que definem os comportamentos a ter e a evitar quando em presença do sagrado. Essas regras são a religião, que gere o sagrado.
Texto ajuda: http:// fraternidadeespiritual.blogspot.com
Grupo 3: Fábio Felício, Vivian Porto, Vânia Soares e Mariele Garcia (Moderadora)

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