quarta-feira, 6 de abril de 2011

Eu significo, Tu resignificas - Grupo 4

Aula: 23/03/2011

"... o conhecimento pode ser, ao mesmo tempo, objetivo e subjetivo..."
(Lévi-Strauss)


Jean amava Teresa, que amava... Jean mesmo, porque essa não é a “Quadrilha” do Drummond e aqui estamos falando do Jean e não do João. O fato é que Jean amava Teresa, que amava Jean, que era francês. Conheceram-se num intercâmbio no Canadá e agora era chegada a hora dela conhecer a família dele na França. Ouvira falar que os franceses são meio ranzinzas e por isso foi o mais preparada possível para não cometer gafes.
Jantar na mesa, o sogro pergunta se a comida preferida de Jean e especialidade de sua esposa são do gosto de Teresa. Ela, não entendendo nada, apela para o sorriso e o velho sinal de “OK”.
Gafe geral, a sogra fecha a cara e o sogro fica sem reação. Ela não entende nada e vai embora achando os pais de Jean uns malas.
O que Teresa não sabia é que para os franceses, o sinal de “OK” é algo vulgar.
Agora que o mal feito estava feito, o negócio era pensar em alguma maneira de fazer do limão uma limonada, ou uma caipirinha, que é hábito de brasileiro. 
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Bem, a história contada acima é ficção, mas poderia muito bem ter acontecido, já que mal-entendidos são comuns.
Nos comunicamos através de signos (toda unidade portadora de sentido, instrumentos de comunicação e representação, na medida em que, com eles, configuramos linguisticamente a realidade e distinguimos os objetos entre si), que podem ter significados múltiplos, de acordo com o sistema de linguagem. Como as fronteiras culturais são inúmeras, as referências de significados também são, podendo ter vários sentidos.
Portanto, nossos gestos, sons e palavras fazem parte de um sistema de signos que serve para nos comunicarmos (linguagem) e representam nossos conceitos, idéias e pensamentos.



Signo por Ferdinand de Saussure
 Privilegia o signo verbal (signo, significante e significado)

SIGNO

               SIGNIFICANTE                                             FORMA         
               SIGNIFICADO                                              CONTEÚDO

                
             SIGNO
                                                 


                    Diferentes Significados para franceses e brasileiros

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CONFUSÕES DE UM CACHIMBO QUE NÃO ERA UM CAHIMBO E UM CHARUTO QUE ERA SÓ UM CHARUTO

Já diz o ditado popular que a arte imita a vida. Não só imita como é influenciada por ela. Uma prova disso é o movimento de arte Surrealista, significativamente influenciado pelas teses psicanalíticas de Freud.
O pintor René Magritte é representante desse movimento e brinca seriamente com ilusionismo e representações. Magritte expressa um tipo de obra que mais do que ser admirada, precisa ser pensada. E tanto foi pensada que uma de suas obras mais famosas (a do cachimbo), rendeu muito falatório... E rende até hoje. Inclusive o filósofo Michel Foucault fez um ensaio sobre isso, além de blogs políticos terem se influenciado pela proposta de Magritte e artistas de outras áreas que não reproduzem essencialmente o movimento surrealista.
Abaixo segue a obra citada:

 Isso não é um cachimbo

Isso não é um cachimbo, e a frase também não. É uma imagem que é a representação de um cachimbo.


É conhecido o caso em que Freud estava fumando um charuto e ao perceber que alguns dos seus discípulos confabulavam para tentar entender o que aquele fato significava, chamou-os e disse: há momentos em que um charuto é apenas um charuto.

Abaixo segue um link com trecho do filme Moça com Brinco de Pérola. Atente-se para a pergunta do pintor sobre a cor das nuvens e reflita: até onde vemos o que vemos, até onde vemos o que pensamos que vemos? E Afinal, de que cor são as nuvens?

GRUPO 4: Adalberto A. de Souza, Ana Carolina Nunes Frantz, Mirele da Rosa von Diemen e Tanara Iser  Moderadora: Tanara.




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