quarta-feira, 6 de julho de 2011

DE QUILOMBOS E QUILOMBOLAS...

DE QUILOMBOS E QUILOMBOLAS...
 
A escravidão de africanos nas Americas, através do tráfico pelo Atlantico foi um dos grandes empreendimentos comerciais e culturais que marcaram a formação do mundo moderno. Estima-se que para o Brasil vieram cerca de 40% desses escravos. Porém, escravidão e resistência passaram a andar lado a lado. E ouve um tipo de resistência considerado o mais típico – as fugas e a formação de grupos de escravos fugidos. Essas fugas nem sempre levavam a formação de grupos, mas quando isso acontecia, recebia diferentes nomes: na América Espanhola de palenques e cumbes;na inglesa marrons; na francesagrand marronage; e no Brasil eram chamados de quilombos e mocambos, sendo o principal o Palmares e seus membros quilombolas, calhambolas e mocambeiros.
Diversos poetas escreveram sobre Escravidão, Tráfico de Escravos e sobre os Quilombos e seus quilambolas, dentre eles se destacando Castro Alves (1847 – 1871), o poeta dos escravos, como ficou conhecido por se diferenciar dos demais escritores românticos de sua época com suas obras  marcadas pela poesia de caráter social, em que se comprometia com um mundo mais justo e foi considerado um porta-voz da causa abolicionista. No poema  “Saudação a Palmares”, Castro Alves retrata a vida no quilombo,  remetendo à memória do famoso quilombo dos Palmares, símbolo da resistência escrava, localizado em Alagoas e destruído em 1695.” Coragem ("Senhores! Eis-me de fronte!"), sensualidade ("Eu canto a beleza tua,/Caçadora seminua!...") e honra ("Crioula! o teu seio escuro/Nunca deste ao beijo impuro!") são alguns dos atributos positivos que o poeta localiza nos africanos revoltos. O texto combate o mito da passividade e da submissão do escravo frente ao senhor branco.”( Projeto memória)

Nos altos cerros erguido 
Ninho dáguias atrevido,
 
Salve! - País do bandido!
 
Salve! - Pátria do jaguar!
 
Verde serra onde os palmares
 
- Como indianos cocares -
 
No azul dos colúmbios ares
 
Desfraldam-se em mole arfar! ...
...
Palmares! a ti meu grito! 
A ti, barca de granito,
 
Que no soçobro infinito
 
Abriste a vela ao trovão.
 
E provocaste a rajada,
 
Solta a flâmula agitada
 
Aos uivos da marujada
 
Nas ondas da escravidão!
De bravos soberbo estádio, 
Das liberdades paládio,
 
Pegaste o punho do gládio,
 
E olhaste rindo pra o val:
 
Descei de cada horizonte...
 
Senhores! Eis-me de fronte!
 
E riste... O riso de um monte!
 
E a ironia... de um chacal!...
Cantem Eunucos devassos 
Dos reis os marmóreos paços;
 
E beijem os férreos laços,
 
Que não ousam sacudir ...
 
Eu canto a beleza tua,
 
Caçadora seminua!...
 
Em cuja perna flutua
 
Ruiva a pele de um tapir.
Crioula! o teu seio escuro 
Nunca deste ao beijo impuro!
 
Luzidio, firme, duro,
 
Guardaste pra um nobre amor.
 
Negra Diana selvagem,
 
Que escutas sob a ramagem
 
As vozes - que traz a aragem
 
Do teu rijo caçador! ...
Salve, Amazona guerreira! 
Que nas rochas da clareira,
 
- Aos urros da cachoeira -
 
Sabes bater e lutar...
 
Salve! - nos cerros erguido -
 
Ninho, onde em sono atrevido,
 
Dorme o condor... e o bandido!...
 
A liberdade... e o jaguar!
 
A Duas Flores
...
Unidas... Ai quem pudera 
Numa eterna primavera
 
Viver, qual vive esta flor.
 
Juntar as rodas da vida,
 
Na rama verde e florida,
 
Na verde rama do amor!
Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil  -  João José Reis,Flávio dos Santos GomeS


Componentes: Julia Ipê, Larissa, Cassio, Jullian e Lucas Kist

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Antropologia do Consumo

Todos nós em geral gostamos de fazer compras. Sentimo-nos merecedores dos presentes que nos damos. Mas, quando estamos angustiados, insatisfeitos ou nervosos, muitas vezes saímos para fazer compras dando uma sensação de alívio.  

E nesse caso perdemos o senso crítico e agimos por compulsão. Passado o instante da compra e o sabor da novidade, voltamos à estaca zero da insatisfação. É que a compulsão de comprar serviu apenas de paliativo e nos desviou momentaneamente a atenção dos nossos verdadeiros problemas, da verdadeira causa de nossa insatisfação.

Mas existem pessoas que vivem permanentemente em estado de compulsão consumista. Elas compram por comprar e estão sempre indo atrás de novidades. Sentem-se felizes fazendo compras. Mas invariavelmente se cansam das aquisições e partem para outras, como se sofressem de uma espécie de vício.
O consumismo tem origens emocionais, sociais, financeiras e psicológicas que juntas levam as pessoas a gastarem o que podem e o que não podem com a necessidade de suprir a indiferença social, a falta de recursos financeiros, a baixa autoestima, a perturbação emocional e outros.
É compulsivo, descontrolado e que se deixa influenciar pelo marketing das empresas que comercializam tais produtos e serviços.
O mundo hoje gira em torno do consumismo. O maior desejo das pessoas, influenciadas pelos veículos de comunicação de massa, está em obter bens; seja uma roupa, carro ou, até mesmo, uma viagem. O importante é ter. A moda agora é  ter o máximo que conseguir. Dessa forma, será bem visto pela sociedade e não será excluído jamais, desde que continue seguindo às regras de consumo. Isso o tornará uma pessoa em evidência? Não, você apenas será mais um na multidão, como outro qualquer. 

Grupo 5: Júlia, Larissa, Lucas, Julian, Cássio.

Infância para todos

Infância é um direito de todos, mas nem sempre ela faz parte da realidade de todas as crianças.
No documentário “A invenção da Infância” mostra a realidade  contrastante de crianças de classe média alta e crianças pobres.
Crianças de periferia têm de trabalhar para o sustento da família e mesmo assim ainda se consideram crianças com sonhos de brincar e levar uma vida melhor. Já, as meninas de classe média alta que estão sempre cheia de compromissos com aula de inglês, natação e etc. não se identificam mais como crianças, pois acreditam que elas têm muitas responsabilidades.
O trabalho infantil é uma realidade triste que rodeia grande parte da população. Toda criança tem o direito de brincar e fazer coisas referentes à sua idade, pois a infância é uma fase muito importante para a desenvoltura de um indivíduo como pessoa.


Grupo 5: Larissa, Júlia, Lucas, Julian, Cássio.

Narradores de Javé

Antônio Biá é um mau-caráter. Trabalhava no posto dos Correios do povoado Javé. O posto ia fechar porque o movimento era pequeno. Para não perder o emprego, Biá inventou de escrever carta para todos os seus conhecidos em outros povoados e cidades. Difamou a todos de Javé. Foi expulso do povoado e passou a morar isolado de todos. Mas o povo de Javé precisou de Antônio Biá. Trouxe-o de volta. Ele era o único que poderia salvar Javé de uma inundação anunciada a todos e ninguém podia fazer nada. Como salvar o povoado? Escrevendo sua história. Biá sabia escrever e a ele foi confiada a tarefa de registrar as memórias de Javé para que as autoridades reconhecessem o povoado como patrimônio histórico e o poupasse da inundação. 
Narradores de Javé é um filme surpreendente. Surpreendente não pelo fato de contar uma história de um povo ameaçado pelo poder das águas de uma represa. Mas pelo fato de criticar com bom humor os problemas sociais que assolam a classe menos favorecida.
O enredo de Narradores de Javé se parece com a vida real. Javé pode ser qualquer muncípio brasileiro.Biá tinha o poder nas mãos porque sabia escrever. O povo depositou sua confiança em Biá. Ele prometeu, enrolou e não cumpriu com o combinado: escrever as memórias de Javé. Biá pode ser visto como as autoridades municipais brasileiras que têm um histórico nada agradável.
Mas, por outro lado, pode-se analisar este fato por outro prisma. Biá não escreveu a história de Javé porque Javé não tinha memórias. A comunidade javélica, essas eram as palavras de Biá, era um povo semi-analfabeto. Um povo que não sabia reivindicar seus direitos. Um povo que mal sabia escrever o próprio nome. Um povo sem instrução. 
Um leitor perspicaz pode deduzir que o filme Narradores de Javé é uma crítica social. E pode também compreender que o maior mal de Javé era a falta de educação. Javé representa o Brasil porque seu povo não conhecia educação de qualidade. Educação de qualidade no Brasil é privilégio de uma minoria, da minoria que pode pagar uma escola particular, que pode mandar o filho para estudar no exterior.
E as águas vieram. Inundaram Javé e com Javé foram inundadas suas memórias. Sua história não pode ser escrita porque um povo analfabeto é um povo que não consegue formular ideias, não tem poder de argumentação. É facilmente vencido pelo poder dos que sabem mais. Os narradores de Javé não conseguiam narrar sua história porque não sabiam organizar suas ideias. Cada um queria contar uma história á sua maneira. Cada um queria ser mais importante e o único descendente do fundador de Javé.
Javé tem a cara do Brasil e o Brasil terá a cara de Javé se nada for feito para mudar a realidade. É preciso entender que uma sociedade livre, justa e solidária, como prega a Constituição, só pode ser construída com homens e livros; com uma educação de qualidade.


Grupo 5: Cássio, Lucas, Larissa, Júlia, Julian

Grupo 7 *****Sagrado x Profano*****

Sagrado x Profano


Sagrado versus Profano

Como em todas as culturas do mundo, há no Brasil aspectos culturais favoráveis e
desfavoráveis a uma adoração e louvor que exalte o nome do Senhor. Isto é ainda mais
complicado, quando certos aspectos expressivos da cultura são amalgamados ou
misturados ao contexto religioso, sendo tachados de sagrados quando agradam, mas
profano quando não satisfazem.

Há muito tempo que se discute sobre o sagrado e o profano. Não é diferente, hoje em
dia, com a música de louvor e adoração na Igreja. Muitas músicas cristãs são
tachadas de profanas por não terem o nome de Deus, ou, "mundanas" por falarem de
virtudes cristãs, como ao amor, sem mencionar o nome de Jesus. Parece que os crentes
esquecem-se que o livro de Ester, apesar de não mencionar o nome de Deus nem uma só
vez, apresenta um conteúdo que revela a providencial soberania Divina.

Também, os ritmos que caracterizam os estilos musicais, geram conflitos e polêmicas
quanto a considerar sacro ou profano alguns cânticos evangélicos. De fato, reconheço
não ser fácil lidar com nenhum desses exemplos apresentados e outros que porventura
existam, afinal, que tipos de critérios usados poderiam ser perfeitamente divinais
para seleção ou classificação de uma música profana e de outra sacra? Será que é tão
simples assim afirmar que uma música é sacra e outra não, quando sabemos que o
criador da música em si foi o próprio Deus? Será que o problema na realidade não
está nas motivações? Creio, que são questões dignas de uma reflexão acurada e
honesta, de acordo com as situações a fim que não se estabeleça juízos indevidos e
equivocados, típico dos que se acham únicos donos da verdade. A Bíblia é sim regra
de fé e prática bem como a única verdade revelada de Deus, mas será que isso se
aplica também as opiniões preconceituosas de alguns? Tenho a impressão que não.

Na verdade, penso que em se tratando de sagrado e profano, somente Deus tem
autoridade para considerar realmente sacra ou profana as músicas cristãs executadas
como louvor na Igreja. Segundo um dos salmistas, é Deus quem conhece os intentos
mais profundos da alma, que sonda e esquadrinha o coração humano e, sob este
critério perfeito, aceita ou rejeita louvores que lhe são oferecidos na Igreja. O
exemplo disso tem os cultos de Caim e Abel, onde um foi rejeitado por Deus por ser
considerado profano por não ter sido fruto de um coração puro e retamente
intencionado enquanto o outro foi aceito diante Deus por ter sido aprovado diante do
crivo e sonda daquEle que tudo conhece.

Deste modo, o único critério que nos resta, como ministros de Deus, é o de que as
músicas, cânticos ou louvores não podem contrariar nem ferir a mensagem do
evangelho. Porém, no que tange a outros fatores aqui já mencionados, vale a máxima
de que todos os estilos ou formas musicais são apropriados para o louvor e adoração
a Deus. Contudo, o bom senso pede que os ministros de Deus aqui na terra, considerem
os aspectos culturais no qual estão inseridos. Isto é, o desafio do equilíbrio. 




O Místico, O Sagrado E O Profano... Boêmios Exalta O Folclore Brasileiro Boêmios de
Inhaúma
Os braços e Oxalá regendo a terra e o mar
Com sincretismo no folclore popular
O místico o sagrado e o profano
A Boêmios abre o pano
E faz o nosso povo delirar
Nesta festa do divino
A cultura portuguesa encontrei
Pombas, fogos e águas
Simbolizando o sagrado pro Rei
Com Bumba - meu - Boi comemorar
E as três etnias festejar
Nesta avenida eu quero é mais dançar

Maracatu, Maculelê e Carvalhada
Bumba - meu - Boi meu Boi Bumba tem Marujada
Filho de Caboclo o negro é rei nas batucadas

Hoje folias de reis vão relembrar
A visita a Belém e exaltar
Ao menino Jesus
E na festa de Iemanjá
A protetora vamos corar
Pentes, perfumes e flores
Refletem amores no seu caminhar
Tem na Bahia a lavagem do Bonfim
Lá em Olinda o frevo é popular

Bate forte bateria é carnaval
Tem festança no terreiro
O ano inteiro
Viva o folclore brasileiro 

 



Crianças que não tem infância

Visão sobre o documentário “ A invenção da infância”
 Criança e infância parecem sinônimos. E assim deveria ser. Mas, infelizmente, não é... Na realidade, o que entendemos por infância é um conceito de felicidade, surgido num período de, crescimento, confiança, crença na humanidade e em suas possibilidades.
E o que seria esta infância senão o momento em que nossos meninos e meninas cresceriam brincando, aprendendo, convivendo, partilhando, rindo e chorando? Pois era esta concepção que surgia. As crianças poderiam inventar brincadeiras e brinquedos, teriam tempo para conhecer os livros e as histórias mais incríveis, correriam livres pelos campos e ruas a chutar lata ou o que encontrassem pela frente...
Mas mesmo assim a realidade em inúmeros casos se mantém afastada daquilo que se prevê no papel. O preto no branco não garante a infância para todas as crianças. Ainda é grande a quantidade de infantes que não freqüenta escolas. Também é enorme a quantidade de menores que ao invés de brincarem tem que trabalhar nos campos, nas oficinas, no comércio...
Todos nós sabemos que em países que são realmente desenvolvidos, as crianças não perdem sua infância trabalhando. E é exatamente por isso que sabemos que o Brasil ainda não é um país desenvolvido.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que existam, nos países em desenvolvimento, 250 milhões de crianças trabalhadoras de 5 a 14 anos. Acredita-se que 61% delas se encontrem na Ásia, 32% na África e 7% na América Latina.
Infelizmente no nosso país muitas crianças perdem sua infância, pois, não estudam, não brincam, não praticam esportes e não fazem o que uma criança deveria fazer - se divertir.
            Isso muitas vezes acontece porque a família não tem dinheiro para se sustentar, e utilizam os filhos para trabalhar e ganhar mais um pouco de dinheiro, ou porque a criança mora muito longe e não tem como se locomover até a unidade escolar. Aa realidade em que eles vivem não os permite usufruir de algo melhor, e acredito também que haja um pouco de cultura nisso. 
Um ponto muito negativo disso tudo, é que com o passar do tempo algumas famílias já passaram a encarar o trabalho infantil como sendo da cultura dela, pois, quando eram crianças, eles também perderam sua infância trabalhando. Quem contrata uma criança para trabalhar sempre sai lucrando em questões financeiras. É um trabalho escravo, como se fosse camuflado, disfarçado, tentando enganar a sociedade. Isso se dá, porque as crianças trabalham duro e não recebem quase nada por seu trabalho.
            A verdade é que o trabalhador infantil de hoje, amanhã será o trabalhador escravo, porque, se ele aceita perder sua infância, que é a melhor fase da vida da pessoa, é claro que o resto da vida dele, ele também vai trabalhar feito um “jumento” e não vai ganhar nada. Quem sabe se essa pessoa tiver sorte, ela irá trabalhar numa carvoaria e receber menos de um salário mínimo.
O combate ao trabalho infantil incomoda a quem lucra com o trabalho infantil, a quem lucra com o trabalho escravo e a quem lucra com o trabalho degradante. Isso se dá, porque todos esses tipos de trabalhos humilhantes e vergonhosos, tem muito em comum. Quem trabalha, trabalha muito e não ganha nada.
Sem contar que esses tipos de trabalho infantil expõem dezenas de milhões de crianças a sérios perigos, que talvez decorram da natureza do serviço ou de péssimas condições de trabalho. Trabalhadores infanto-juvenis tendem a sofrer mais acidentes de trabalho do que os adultos, porque a anatomia duma criança é diferente da de um adulto. O serviço pesado pode facilmente deformar a coluna ou a pélvis. Também, as crianças sofrem mais do que os adultos quando são expostas a substâncias químicas perigosas ou à radiação. Além disso, elas não estão fisicamente aptas para muitas horas de trabalho estrênuo e monótono, a que muitas vezes estão sujeitas. Em geral, elas não têm noção dos perigos e sabem pouco sobre as precauções a tomar.
Graves também são os efeitos do trabalho infantil sobre o desenvolvimento psicológico, emocional e intelectual das vítimas. Tais crianças não recebem afeto. Surras, insultos, ficar sem comer como castigo e abusos sexuais são muito comuns. Segundo um estudo, a maioria das crianças trabalhadoras abandonou a escola. Observou-se também que longas jornadas de trabalho podem dificultar a aprendizagem das crianças.
Portanto, já esta mais do que na hora de alguém ou alguma autoridade faça alguma coisa para salvar a infância das crianças do nosso Brasil. Só depois disso alguém pode falar que o Brasil está começando a se tornar um país desenvolvido.
Fonte ajuda: Artigos.com
                     WWW.planetaeducacao.com.br

Grupo 3: Mariele Garcia (Moderadora), Vânia Soares, Vívian Porto e Fábio Felício
*        

MORADORES DE RUA

Depois de assistirmos o documentário sobre moradores de rua, decidimos procurar dados sobre a nossa realidade aqui sul. Achamos uma reportagem divulgada no jornal Zero Hora em 29 de maio de 2008, e achamos interessante compartilhá-la.

Mais de 80% dos moradores de rua de Porto Alegre são homens

Um levantamento divulgado nesta quinta-feira pela Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) mostrou que Porto Alegre tem 1.203 moradores de rua. Desse total, 81,8% são do sexo masculino. O Estudo do Mundo da População Adulta em Situação de Rua de Porto Alegre, realizado pelo Laboratório de Observação Social (Labors), teve como objetivo recensear esta população, mapear os locais onde vive.Outros dados mostram que 71,8% dos moradores de rua da Capital têm até 44 anos e 46,4% têm como escolaridade o ensino fundamental incompleto (confira outros dados abaixo).
O conjunto dos dados empíricos obtidos está organizado em um banco de dados que pode proporcionar a elaboração de novas pesquisas sobre o tema e o cruzamento entre variáveis das diversas questões abordadas, subsidiando ações da prefeitura. Ao cadastrar as pessoas adultas em situação de rua em Porto Alegre, o estudo definiu esta população como todas as pessoas que se encontrassem em abrigos e albergues destinados ao acolhimento ou abrigo temporário, assim como aqueles que se encontrassem em atividades de perambulação pelas ruas ou que dissessem fazer da rua seu local de existência e habitação, mesmo que temporariamente e identificar seus dados étnicos, sócio-econômicos. Quanto aos motivos de ida para as ruas, a grande maioria dos entrevistados (41,1%) atribui sua situação a rupturas familiares – por maus tratos, desavenças, rejeições, falta de apoio, ameaças, abandono, por separação ou morte. Incluindo nesse tipo de justificativa problemas com bebidas alcoólicas, drogas ou tráfico na família, o percentual seria acrescido de 3,2%, chegando a um total de 44,3%. A segunda razão mais referida, com um total de 22,8%, é a carência de condições materiais e financeiras, notadamente relativas ao desemprego e à busca de trabalho ou de alguma forma de renda ou auxílio (16,3%), seguida da perda da moradia (6,5%). O consumo de álcool, drogas ou fumo por parte do entrevistado aparece em terceiro lugar, com 12,1% das razões citadas e culturais.
Outros dados
Idade
71,8% têm até 44 anos

Escolaridade
46,4% cursaram o Ensino Fundamental Incompleto

Utilização de abrigos
60% dormem lugares de risco ou improvisados
35% dormem em abrigos e albergues

Sustento
29,1% têm ganho mensal de até meio salário mínimo

Fonte de renda
22,9% pelo recolhimento de material na rua
15% por meio de esmola
12,3% pela guarda e lavagem de carros

Alimentação
34,6% recebe doações em residências, restaurantes ou nas ruas

Grupo 3: Mariele Garcia (Moderadora), Vânia Soares, Vívian Porto e Fábio Felício