quarta-feira, 27 de abril de 2011

Não confundam Habeas Corpus com Corpus Christi, ok?

"Narradores de Javé", um grande filme, com um grande elenco, uma típica história brasileira. Mostra a luta de um povo pelos seus ideais. Mas que ideais seriam estes? Será que existiam ideais? Talvez nem mesmo a própria população do povoado saberia. Realmente Antônio Biá (José Dumont) dentro das devidas circunstâncias vibra em outras freqüências, em relação aos outros moradores da vila. Isso fica claro em vários momentos do filme, claro inquestionável a sua “esperteza”, sua malandragem, porém vale lembrar que até para ser malandro, assim como era ele no filme, deve-se  ser um pouco inteligente. Talvez seria ele sim um aspirante de luxo a jornalista, pois existia lógica em alguns de seus “pensamentos”...Mas vejam bem colegas, não confundam Habeas Corpus com Corpus Christi, ok?! Claro que me refiro a um jornalismo “sujo”, pouco verdadeiro e transparente. Dificílima a tarefa de Biá, pois além de ter sobre seus ombros a tarefa de escrever a história de Javé e assim salvá-la do afogamento, o rapaz ainda tinha que saber filtrar as “verdades” ouvidas nas várias versões que os “heróis” do povoado contavam. Contudo fica claro que todos tem uma enorme identificação com o lugar,e fazem  daquele mundinho o seu mundo.

Segue abaixo algumas frases ditas pelo mestre Antônio Biá;

- “clone de miolo de pão”
- “Uma coisa é o fato acontecido, outra coisa é o fato escrito. O fato acontecido tem de ser melhorado no escrito de forma melhor para que o povo crêia no acontecido”
- "tão parecendo um bando de abelha menstruada"...
- "Vocês tão pensando que eu sou quem? O divino Espírito Santo amém? O POKEMON DE JESUS?"
- imagine se a gente peidasse à propulsão...
- “Indaleu é mesmo Indalécio?? Se não for parece que é, tem tudo pra ser então vai ficar sendo.”

Posição do grupo: Muitas coisas que se passam no filme são semelhantes com outras tantas que acontecem no nosso dia-a-dia. Sonhos, verdades, mentiras, a busca pela coisa certa, a dificuldade de “engolir” as tantas  mudanças que nos saltam  aos olhos todos os dias. Fazemos escolhas a cada minutos, o tempo todo. Escolhemos a roupa que vamos vestir, o que vamos comer, o carro, o ônibus, pra quem dar bom dia para que não dar. E às vezes, não temos escolha, simplesmente “vamos indo”, sabendo ou não o que nos aguarda, assim com fez o povoado de Javé. Sobre o jornalismo em si, é preciso saber que dois jornalistas podem  testemunhar um mesmo fato porém poderão narrá-lo de forma diferente, mas se  no entanto realmente forem  bons e honestos não  fugirão da essência do fato. Hoje em dia esse” jornalismo” a lá Biá  é muito praticado por diversos meios de comunicação, alguns na pressa de dar a notícia em primeira mão acabam  por não fazê-la de forma correta,ocultando ou até mesmo modificando a notícia. Nessa nova era, ”on-line” já não interessa mais a notícia, mas sim quem a  “lançar’ primeiro. Um grande filme, recomendado á todos.



Grupo Eduardo Mesquita (Moderador), Gustavo Gerhard e Diego Dettenborn

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