segunda-feira, 23 de maio de 2011

“Ser criança não significa ter infância”

A disparidade das realidades exibidas no documentário A invenção da infância (2000), de Liliana Sulzbach, é gritante. Dois mundos são apresentados ao espectador. Em um deles, crianças da classe média, com suas preocupações a respeito do cursinho de inglês que será útil para a pós-graduação no exterior; em outro, crianças que trabalham duro ao longo de três semanas para receber em torno de R$ 9. “Com três semanas, compra uma feira boa”.



            Os dois extremos têm a intenção de sensibilizar. E conseguem. A infância, que deveria ser o período da brincadeira, da descoberta, da convivência e do aprendizado, assume um papel nem tão colorido assim. Crianças trabalham em pedreiras ou cortando sisal como adultos. “Se a pessoa ficar em casa é muito mais pior, porque não ganha nada”, diz o menino que se considera criança, mesmo com a infância perdida. O documentário também mostra a tirania do tempo regulado, da hora marcada para o balé, para a natação, para a escola.



 
             Ser um menino ou menina não significa, necessariamente, ter infância. Brincar, estudar, jogar bola, fazer desenho, não ter preocupações maiores do que o “tema de casa” ou a bronca do pai por aquela “façanha” feita na rua, são coisas que faltam em ambos os mundos. Crianças completas. Realidades incompletas. Infâncias incompletas.


Grupo 2:
Letícia Eduarda Wacholz (moderadora), Cristiane Lautert, Andressa Marmitt e Marilene Schmitz

Nenhum comentário:

Postar um comentário